Professores no centro da transformação tecnológica da educação

No Brasil, 67% dos professores afirmam não estar preparados para integrar tecnologia às aulas. Esse dado não é apenas um número, é um alerta. Nenhuma inovação terá impacto real na educação se não reconhecer que o professor é o centro das decisões pedagógicas.

Nos últimos anos, muito se tem falado sobre “educação do futuro”, mas a verdade é que o futuro da educação depende do presente do professor. Ferramentas digitais podem ampliar oportunidades, mas sem preparo e autonomia docente, correm o risco de se tornarem apenas recursos subutilizados.

Os desafios são claros: além da falta de formação específica, muitos professores enfrentam infraestrutura limitada e a pressão por resultados imediatos, o que dificulta a integração de metodologias inovadoras. O resultado é que milhões de alunos deixam de desenvolver habilidades essenciais como colaboração, criatividade e pensamento crítico, justamente aquelas mais exigidas no mercado de trabalho contemporâneo.

Tecnologia Social e a 1Bi

É aqui que a tecnologia social ganha força. Diferente da visão restrita ao digital, trata-se de desenhar soluções que garantam inclusão, impacto coletivo e redução de desigualdades. Um exemplo é o AprendiZAP, apoiado pela Fundação 1Bi, que tem mostrado como é possível apoiar professores em diferentes contextos. Em Vazante (MG), por exemplo, educadores foram capacitados a usar a plataforma em modelos online e offline, permitindo que estudantes tenham acesso a conteúdos e atividades, independentemente das condições de conectividade.

Esse caso deixa claro: a tecnologia só transforma quando está a serviço do professor. Investir em formação docente, criar ferramentas que dialoguem com a realidade escolar e valorizar a escuta ativa são passos fundamentais para uma educação pública mais inclusiva e preparada para os desafios do século XXI.

O caminho está aberto. E ele passa, sempre, pelo reconhecimento de que professores são os protagonistas da transformação educacional.