“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua construção”
- comunicacao3823
- 17 de set.
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de set.
Por: Bianca Silva, gerente de inovação na Fundação 1Bi.
Neste mês de setembro, celebramos o aniversário do Patrono da Educação, o educador Paulo Freire. Revisitando sua obra e legado, Paulo Freire é sem dúvidas uma referência para o Brasil e para o mundo, quando pensamos no poder transformador da educação e em toda sua potencialidade.
Em tempos de tanto debate sobre a substituição dos professores em sala de aula, notamos o quanto a educação brasileira carece dessa persona que orienta, desenvolve estratégias e se preocupa com a aprendizagem de cada universo de significado e significante que está presente ali em sua turma. Cada estudante carrega consigo sua trajetória, e o maior sonho da pessoa educadora é poder contribuir de alguma maneira com esse caminhar.
Com as inovações tecnológicas, já existem escolas que afirmam substituir os professores por inteligências artificiais, e podem por sua vez, reforçar essa sensação de desespero entre os docentes. Passado o primeiro momento de medo e de choque, comuns na essência humana, notamos algumas possibilidades, que a depender da leitura, já estavam postuladas lá em Paulo Freire: os professores não devem transferir conhecimento e contribuir para uma educação bancária, em que só há o depósito de informações nos estudantes. A pessoa educadora tem a chance de ser uma mediadora, de apontar os caminhos do aprender.
Quando vislumbramos essa perspectiva, o que a gente nota é que a tecnologia está presente cada vez mais no nosso dia a dia, e que a escola, espaço propício para essa construção de possibilidades, deve acompanhar as transformações que ocorrem para além de seus muros.
Nesse caso, para além de fomentar essa ideia apocalíptica de substituição dos professores por máquinas, podemos promover o letramento digital desses profissionais da educação, com formação continuada, com experiências de aprendizagem significativas também aos educadores. Falamos tanto sobre acolhimento e cuidado com nossos estudantes (e devemos continuar falando), mas pouco se fala sobre uma escuta ativa e um acolhimento aos professores que estão em constante pressão, expostos à cobrança de nunca estarem preparados o suficiente para lidar com os desafios do futuro.
Enquanto tratarmos os professores com essa lógica punitivista, sem escutar suas dores, suas necessidades, aflições, e sobretudo, sem incentivar a busca por novas ferramentas, assim como nos esforçamos para despertar o interesse dos estudantes, essa equação não fecha, e teremos uma legião de profissionais sem se lembrar do real motivo pelo qual escolheram construir sua carreira na Educação.
Que neste mês de setembro, mês do nosso grande mestre Paulo Freire, possamos nos recordar que “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”.





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