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Infância em foco: dados que mostram a urgência de agir

Um estudo do Todos Pela Educação, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) e no Censo Escolar, revela que 41,2% das crianças de até 3 anos estavam em creche em 2024, ainda abaixo da meta de 50% prevista no Plano Nacional de Educação.


A situação é ainda mais crítica para os milhões que não têm acesso: 2,3 milhões de crianças de 0 a 3 anos não frequentam creche por falta de vagas ou pela distância das unidades.

A desigualdade estrutural se aprofunda entre classes sociais: 30,6% das crianças de famílias mais pobres têm acesso à creche, contra 60% entre as mais ricas. O contraste cresce entre os bebês: apenas 18,6% dos menores de 1 ano estão na creche, e entre os mais pobres, 34% enfrentam barreiras para conseguir vaga.



Especialistas apontam que, além de ampliar o número de vagas, é urgente conscientizar a sociedade sobre a importância dessa etapa como uma “janela de oportunidades” para o desenvolvimento. A pesquisa Panorama da Primeira Infância, da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal com o Datafolha, revelou que 84% dos brasileiros não consideram os primeiros seis anos como uma das fases mais importantes da vida, e 41% acreditam que esse momento acontece apenas na idade adulta.


O alerta é reforçado por Bianca Dantas, professora e gerente de inovação na Fundação 1Bi:


“Negligenciar o acesso à educação nos primeiros anos impede que os estudantes cheguem mais preparados para o Ensino Fundamental, podendo interferir no processo de alfabetização e na permanência na escola. Quanto antes inserimos as crianças no ambiente escolar, maiores são as chances de combatermos a evasão.”


Outros dados para seguir acompanhando (e cobrando):


  • Crescimento da desigualdade: Embora as matrículas em creches tenham aumentado entre 2016 e 2024, a diferença entre o atendimento das crianças mais pobres e as mais ricas subiu de 22 para 29,4 pontos percentuais.


  • Pré-escola (obrigatória): Na pré-escola, que já é uma etapa obrigatória, 94,6% das crianças de 4 e 5 anos estão matriculadas, apesar de mais de 329 mil ainda estarem fora da escola. Entre famílias mais pobres, o principal empecilho continua sendo o acesso; entre as mais ricas, a não frequência geralmente é escolha dos responsáveis.


  • Desigualdades regionais persistentes: As regiões Norte e Nordeste seguem com os piores índices de atendimento. Em 2024, São Paulo alcançou o maior índice de creches (56,8%), enquanto o Amapá registrou o menor (9,7%)


Por: Gabriela Bahia, Analista de Comunicação na Fundação 1Bi.

 
 

Conteúdo Fundação 1Bi

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